Críticas: Luz e Sombra

Bom dia! 

As críticas estruturadas elaboradas por mim serão feitas em relação aos trabalhos das colegas Luana Dias (slide 16) e Barbara Zico (slide 25).

Iniciando com as produções da Luana, analisarei primeiro o slide em um geral. É difícil notar à primeira vista o intuito das posições das fotografias, mas logo percebe-se que a colocação das imagens parece seguir a direção que o objeto aponta, e conforme a ponta do objeto se desloca para a direita, as imagens também o fazem. É também interessante que a sombra da primeira imagem parece se direcionar para a sombra da segunda, mesmo o papel estando em ângulos diferentes. Isso é positivo por um lado, pois cria uma interação entre duas das imagens, mas por outro acaba deixando a terceira desconectada.

Referente às imagens em si, começo pela primeira, da esquerda superior. Tenho de confessar que é minha favorita, devido ao destaque e elegância dado ao papel e sua sombra. A posição da câmera, embora não corte o objeto, consegue implicar um mistério quanto à forma do papel, devido à ausência (na maior parte) de marcas de dobra ou sombra interna. Além disso, a luz superior imprime uma sombra muito interessante na parte interna do papel, trazendo textura a um objeto que poderia parecer vazio de outra forma. A segunda foto, do meio inferior, carrega muitas das características valorosas da sua predecessora, porém o objeto não se localiza exatamente no centro e uma certa área vazia começa a aparecer no topo direito da foto. A terceira, no topo direito, é a que mais se diferencia das demais, mas não necessariamente de um modo negativo. Seu interior totalmente branco contrasta bem com a sombra e protagoniza a disputa entre o topo esquerdo escuro e o canto inferior direito claro. A vinheta presente na maior parte do entorno da foto ajuda a destacar o centro e a disputa já mencionada, porém é a principal causa da aparência desconectada dessa figura no cenário total do slide.

Dito isso, seguirei para a análise da obra da Barbara, utilizando a mesma ordem de apresentação. Com a fonte e cor do nome alterado, além do enquadramento exato das figuras, o slide já oferece a impressão de uma intenção e preocupação clara com a apresentação delas. Ainda, a espessura da divisão entre elas é suficiente para referenciar às tiras de papel apresentadas nas figuras, o que gera um diálogo imagem-margem-imagem (isso soou engraçado). 

Quanto às imagens, a primeira (a da esquerda) é destacada por ser a maior e com o formato quadrado, diferente das suas companheiras de slide. Ela ostenta um grande contraste entre o fundo preto e as tiras brancas de papel, suavizado pelas sombras leves na parte superior. O corte do papel fornece uma sombra bastante interessante na parte inferior da imagem, gerando quase que um efeito espelhado, quebrado apenas pela tira central de papel que escapa do topo. Entretanto, isso não é algo negativo, visto que essa tira, ao quebrar a ilusão, também nos dá uma melhor ideia do formato do papel e fornece uma ideia de caos organizado que fascina. A segunda, superior direita, nos oferece uma melhor visão do objeto e sua sombra, criando uma interessante conversa entre os tons de preto, branco e cinza presentes na imagem. Ela também possui um efeito de aproximação/movimento, devido ao posicionamento da câmera e o desfoque das tiras mais próximas. Por fim, a terceira imagem, inferior direita, é a que mais se diferencia das anteriores, devido à ausência das tiras de papel e o fundo preto contrastante. Contudo, o contraste não deixa de existir nela, dessa vez através de uma espécie de degradê da esquerda para a direita. A luz que escapa as tiras invisíveis gera áreas claras cujo efeito resultante corta a sombra do degradê de modo semelhante às tiras de um tigre: se fossem feitas deliberadamente, não seria tão bom quanto o resultado natural, com sua fascinante desordem. Finalizando, as ondas do papel de baixo não são apenas coadjuvantes nessa imagem, pois sua influência no jogo de luz e sombra é muito mais marcante e notável nela do que nas anteriores.

Atenciosamente, Karolina.